Da DirecTV à Netflix, da fita à IA: Por que só algumas tecnologias decidiram ser populares?

Publicado por: Feed News
05/06/2025 03:06 PM
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Algumas tecnologias foram feitas para todos. Outras, até hoje, não saíram da torre de marfim./Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Algumas tecnologias foram feitas para todos. Outras, até hoje, não saíram da torre de marfim./Ilustração Cortesia Editorial Ideia

A TV a cabo era para poucos, o streaming virou popular. Mas e a IA? Continua restrita a quem entende de comandos, códigos e jargões técnicos. Onde está a virada de chave?

 

Nos anos 90, ter uma assinatura da DirecTV era símbolo de status. Poucos podiam pagar. A estrutura era complexa: parabólicas, sinal via satélite, equipamentos caros. Depois vieram as operadoras de telefonia e a TV a cabo popularizou — mas ainda com altos custos. Ao mesmo tempo, as locadoras tentavam inovar: primeiro você precisava rebobinar as fitas, depois nem precisava devolver os discos. O cliente era ouvido. O acesso, facilitado.

 

E então, a internet virou a chave.

A Netflix ofereceu não apenas um serviço, mas um modelo de acesso contínuo, barato e democrático. Com um clique, o usuário tinha em casa o que antes era privilégio de poucos. Vieram os concorrentes, e quem não inovou, ficou pelo caminho. O público migrou para onde havia facilidade, preço justo e liberdade de escolha.

 

Na contramão dessa trajetória, a inteligência artificial ainda caminha devagar no quesito inclusão. Ferramentas promissoras, sim — mas para quem já entende de prompt, comando, contexto técnico, API e aprendizado de máquina. Ainda são poucos os exemplos de plataformas que tentam traduzir essa revolução para a linguagem do povo.

 

O streaming entendeu que era preciso “servir o público”. A IA, até agora, parece interessada em “testar o público”.

A boa notícia é que, historicamente, a tecnologia que vence é a que abraça a simplicidade. A TV em Nuvem, os canais gratuitos internacionais, os apps de vídeo, os acervos digitais acessíveis — tudo isso prova que o futuro pertence a quem sabe entregar, não complicar.

A IA pode seguir esse caminho. Mas vai precisar decidir se quer ser DirecTV... ou Netflix.

 

Convite para o próximo artigo:

No próximo artigo, vamos explorar o que a inteligência artificial precisa copiar das plataformas de vídeo para realmente chegar ao grande público — sem manuais, sem curso técnico e sem medo.

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