Tecnologia japonesa atinge 1,02 petabit por segundo e promete revolucionar as redes globais sem trocar os cabos atuais
Cientistas do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Japão (NICT) acabam de bater um recorde mundial de velocidade de transferência de dados: 1,02 petabits por segundo, o que representa cerca de 3,5 milhões de vezes a velocidade média da internet doméstica atual.
Para dimensionar esse avanço, é possível baixar toda a biblioteca da Netflix em menos de um segundo ou toda a Wikipedia, com todas as edições, cinco vezes consecutivas. Isso foi realizado ao longo de uma distância de 1.807 km.
O segredo do feito está em uma tecnologia de ponta com base em um cabo de fibra óptica com 19 núcleos, que mantém o diâmetro padrão de 0,125 mm – exatamente o mesmo utilizado nas redes atuais. Ou seja: sem necessidade de substituição da infraestrutura existente, o que seria um projeto trilionário e de décadas.
Essa abordagem representa uma solução escalável e de alto desempenho para a crescente demanda global por dados, sem exigir a troca de cerca de 1,4 milhão de km de cabos submarinos — a espinha dorsal da internet mundial.
Desde 1983, vigora a Lei de Nielsen, que prevê que a velocidade da internet para usuários dobra a cada 21 meses. Se essa previsão seguir válida, até 2033 usuários avançados poderão exigir conexões de até 25 Gbps. A tecnologia japonesa pode ser a chave para tornar isso viável com investimentos muito menores do que se imaginava.
Enquanto o Japão acelera o futuro digital, paira uma tensão geopolítica: a União Europeia depende quase totalmente dos serviços de nuvem americanos, e analistas já alertaram que em um cenário extremo, os EUA — sob liderança de Donald Trump — poderiam “desligar” a internet da Europa, ampliando a necessidade de infraestrutura soberana e segura para o bloco europeu.
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