Da clonagem de vozes ao deepfake em vídeo ao vivo: entenda quais tecnologias já permitem se passar por você — e por que isso exige uma resposta imediata da sociedade.
Se antes era necessário dominar softwares avançados para criar um vídeo manipulado, agora qualquer pessoa com acesso à internet pode usar ferramentas de inteligência artificial generativa para clonar vozes, rostos e expressões com fidelidade assustadora.
Essas tecnologias, muitas delas gratuitas ou com testes abertos, já são utilizadas para criar vídeos falsos com aparência e voz realistas — o que representa uma ameaça direta à confiança digital, à segurança institucional e à proteção da identidade pessoal.
Synthesia: permite criar vídeos de apresentadores humanos a partir de texto, com vozes em diversos idiomas.
HeyGen e D-ID: geram vídeos em tempo real com sincronização labial, inclusive com seu próprio rosto clonado.
ElevenLabs: clona vozes com naturalidade, bastando poucos segundos de áudio original.
MetaHuman Animator (Unreal Engine): captura a performance facial de uma pessoa e aplica em modelos 3D hiper-realistas.
Descript Overdub: permite reescrever trechos de áudio e recriar a voz original com perfeição.
Essas ferramentas estão sendo adotadas por produtores de conteúdo, publicitários, gamers, empresas — mas também por criminosos digitais, como advertiu o CEO da OpenAI, Sam Altman, em sua recente fala sobre os riscos iminentes.
Criminosos já usam vozes clonadas para extorquir familiares com chamadas falsas, ou fingem ser CEOs em reuniões de vídeo para fraudar grandes empresas. E isso vai além da voz: vídeos ao vivo com rostos manipulados já estão sendo testados.
“Em breve, será impossível saber se estamos falando com uma pessoa real ou com uma IA”, alertou Altman.
Nunca confie apenas na voz para validar identidades.
Evite enviar áudios longos e vídeos pessoais em canais abertos.
Habilite autenticações multifator em todos os serviços online.
Denuncie conteúdos suspeitos e fale com sua rede sobre o tema.
A TVBr Stream seguirá revelando os bastidores dessas tecnologias e mostrando quem está por trás delas. Não é mais ficção científica. É realidade digital — e exige ação agora.
No próximo artigo da série, revelaremos os bastidores do mercado de vídeos falsos sob demanda — e como influenciadores e marcas já estão usando essas tecnologias para enganar (ou encantar) milhões.