Novo recurso de IA no Facebook Namoro promete facilitar encontros, mas levanta debate sobre a corrida por usuários e os riscos da superinteligência.
A Meta lançou um assistente de inteligência artificial no serviço de namoro gratuito do Facebook, chamado simplesmente de Namoro. A novidade traz o recurso Meet Cute, que sugere semanalmente um “par surpresa” selecionado pelo algoritmo, com base não apenas em idade, escolaridade ou localização, mas também em desejos individuais dos usuários.
A proposta é tornar a experiência menos monótona do que a rolagem infinita de perfis, aproximando pessoas que talvez nunca se cruzassem em aplicativos como Tinder ou Hinge. Para isso, o assistente funciona como um chatbot, interagindo e recomendando combinações personalizadas.
Por enquanto, o recurso está disponível apenas nos Estados Unidos e no Canadá, e faz parte da estratégia da Meta para fortalecer o Facebook Namoro, ainda pouco expressivo diante da concorrência. A iniciativa se soma à quarta reorganização da área de inteligência artificial da companhia em apenas seis meses, com a divisão Superintelligence Labs sendo segmentada em quatro braços:
TBD Lab (to be determined);
Equipe de Desenvolvimento de Produtos, incluindo o assistente de IA;
Equipe de Infraestrutura;
FAIR (Fundamental AI Research), focado em pesquisa de longo prazo.
As mudanças ocorrem em meio à disputa acirrada no Vale do Silício pelo avanço da inteligência artificial geral (AGI). Mark Zuckerberg aposta na aceleração desses projetos como novo motor de receita para a empresa.
No entanto, a pressa em transformar IA em produto útil e lucrativo desperta alertas. Recentemente, um grupo de pesquisadores publicou o livro “Se alguém criar, todos morrerão”, que prevê a chegada de uma superinteligência incontrolável em 2 a 5 anos, representando uma ameaça existencial para a humanidade.
Assim, a aposta da Meta em usar IA até mesmo em relacionamentos revela uma verdade incômoda: na caça por usuários, parece valer tudo.
No próximo conteúdo, vamos explorar como a inteligência artificial já está moldando a intimidade e os relacionamentos modernos – entre benefícios e dilemas éticos.