Vazamento de código expõe referências claras a recursos de publicidade — e especialistas já discutem os impactos para o futuro da inteligência artificial.
A possibilidade de que a OpenAI comece a exibir anúncios dentro do ChatGPT deixou o mercado de tecnologia em alerta — e abriu uma discussão importante sobre o futuro da inteligência artificial.
O estopim foi a descoberta do engenheiro de software austríaco Tibor Blaho, que encontrou linhas de código relacionadas a publicidade na versão beta do ChatGPT para Android, que ainda não está disponível publicamente. Os trechos mencionam termos como “ads feature”, “search ad”, “ad tools” e até referências internas a uma possível “loja de conteúdo”.
O vazamento reforça reportagens anteriores que já sugeriam que a empresa estuda integrar publicidade ao chatbot. Em meses recentes, veículos como The Information apontaram que a OpenAI analisa modelos de monetização que incluem anúncios baseados no comportamento ou no histórico de conversas — algo que gerou reações divididas entre especialistas.
O CEO da OpenAI já declarou diversas vezes que publicidade e IA formam uma combinação “delicada”. Durante uma palestra na Harvard Business School, Altman chamou a integração entre IA e anúncios de “preocupante”, mas admitiu que, diante dos altos custos de operação, seria uma opção possível.
Meses depois, no podcast oficial da empresa, reforçou que não descarta o uso de publicidade, embora ainda não exista um modelo concreto.
Não há confirmação oficial da OpenAI sobre onde os anúncios apareceriam, mas o vazamento aponta caminhos prováveis:
anúncios exibidos durante respostas de busca;
cards patrocinados ao pedir recomendações de produtos;
uma futura “loja de conteúdo” dentro do app.
A expectativa é que isso afete principalmente o plano gratuito, que já possui limites de uso e acesso reduzido aos modelos mais avançados.
Especialistas em tecnologia alertam que introduzir publicidade em uma IA conversacional representa um divisor de águas:
Pode alterar a neutralidade das respostas;
Pode influenciar recomendações sensíveis, como saúde, direito ou decisões financeiras;
Pode reduzir a confiança do usuário, especialmente em ambientes profissionais;
Cria uma nova categoria de “ads conversacionais”, algo nunca antes visto em escala global.
Em contrapartida, defensores dizem que este movimento poderia manter o acesso gratuito para milhões de pessoas, custeado por anúncios.
A discussão abre espaço para novos formatos de monetização, tendências de mercado e impacto direto no futuro da comunicação — especialmente para empresas que utilizam IA em redação, produção audiovisual e workflows avançados.
A chegada da publicidade pode redesenhar completamente a relação entre humanos e modelos generativos.