China lança primeira rede de Internet doméstica 10G do mundo

Nova rede instalada em Xiong’an alcança velocidades superiores a 9800 Mbps, sinalizando avanço chinês no setor de infraestrutura digital.

A China se tornou o primeiro país do mundo a implementar comercialmente uma rede de internet doméstica com velocidade superior a 10 gigabits por segundo. A iniciativa foi realizada na cidade de Xiong'an, na província de Hebei, próxima à capital Pequim, em parceria entre a operadora China Unicom e a empresa Huawei.

A nova rede é baseada na tecnologia 50G PON (Passive Optical Network), que representa uma evolução significativa em relação à infraestrutura anterior de 10G PON. Segundo os testes divulgados, a conexão alcançou mais de 9800 Mbps de velocidade, superando os padrões atuais de banda larga residencial. A latência também foi drasticamente reduzida, permitindo respostas quase instantâneas entre dispositivos.

Essa infraestrutura abre espaço para aplicações intensivas em dados, como transmissões em resolução 8K, jogos em nuvem e casas inteligentes, que anteriormente enfrentavam limitações devido à sobrecarga da rede Wi-Fi. Moradores de Xiong’an relataram melhorias notáveis no desempenho de dispositivos conectados simultaneamente.

Durante testes realizados também em Pequim, foram registrados picos de até 9340 Mbps para download e 6300 Mbps para upload. Para efeito de comparação, um arquivo de vídeo com 90 GB pode agora ser baixado em cerca de 72 segundos, enquanto uma rede de 1 Gbps levaria aproximadamente 12 minutos para a mesma tarefa.

Avanço tecnológico e questões sensíveis

A implantação da rede 10G ocorre em um momento estratégico para a China, que busca consolidar sua liderança tecnológica em áreas como telecomunicações e inteligência artificial. No entanto, o avanço rápido também tem levantado preocupações em outros campos.

O jornal South China Morning Post, de Hong Kong, relembrou recentemente uma série de falecimentos de especialistas chineses ligados ao desenvolvimento de IA, o que gerou debates sobre o estresse extremo enfrentado por esses profissionais e eventuais riscos à segurança pessoal. Esse contexto ganha relevância diante da crescente tensão tecnológica entre China e Estados Unidos, que envolve não apenas redes de comunicação, mas também áreas críticas como computação quântica e segurança cibernética.